domingo, 10 de abril de 2011

Berlim, entre o passado e o futuro

Sabe quando você quer conhecer tanto um lugar que parece que há algo ser lá?
Essa minha história com a Alemanha, especialmente com Berlim.
Eu conheço nomes de ruas, já sonhei (algumas vezes) andando nessa cidade que me encanta de uma forma particular, apesar de ainda não a conhecer.
É como se eu tivesse vivido lá ou tivesse passado por experiências espirituais lá.
Claro que já passei: li livros sobre Berlim, alguns deles: mais novos, mais antigos...
Um em especial contava uma história que eu gostaria de ter escrito: "Um Brasileiro em Berlim", de João Ubaldo Ribeiro.
Ele narra, em crônicas, o período que viveu na cidade como leitor do DAAD. Com seu bom humor de sempre, ele fala das diferenças culturais, da história da cidade, dos alemães e da vida pós-muro.
Como ele já foi há 20 anos, eu creio que vou ver Berlim muito diferente da que ele narra... Mas claro que vou revisitar (porque eu já visitei, mentalmente ou pela internet) lugares que ele menciona.
A capital que tem a história recente mais apaixonante do planeta, que já foi símbolo da guerra fria, me aguarda em pouco mais de dois meses!
Volto depois ao blog para contar detalhes, imagens e histórias!
Enquanto isso, sugiro que leiam o João Ubaldo... Narrativa mais leve e deliciosa não existe!

sábado, 9 de abril de 2011

Instruções para a liberdade

Comecei a ler o livro Comer, Rezar, Amar em busca de informações sobre Roma. Adoro livros que contem viagens, por isso decidi vencer meu preconceito contra bestsellers e decidi encarar.
Bem, em primeiro lugar tenho que dizer que meu problemas com bestsellers é antigo. Sigo a lógica de que o que é muito vendido é muito ruim. Afinal, a fórmula do sucesso é escrever textos simplistas, o que reduz as chances de um bom texto. Para vender muito é preciso escrever historinhas de amor com final feliz, ou histórias para adolescentes, o que normalmente não me agrada muito.
Por esse motivo, demorei a ler O caçador de pipas, assim como A menina que roubava livros e O Guardião de Memórias. Embora, quando os lera, tenha gostado muito.
O Caçador de Pipas usa um tema que atrai o interesse geral: o sofrimento no Oriente, envolvendo uma criança, com a guerra com a questão política (a guerra, o 11 de setembro) como pano de fundo. No segundo, muda a localização, mas não a forma de envolver: uma guerra, uma criança, sofrimento... Mesmo assim, gostei dos dois livros.
Voltemos ao Comer, Rezar, Amar. A parte de Roma não me despertou muito interesse. A cidade é pano de fundo, pouquíssimo explorada: a comida é o tema principal e daí, sim, consegui algumas dicas anotadas em meu caderninho para a viagem de junho.
Foi na segunda parte do livro, entretanto, que me identifiquei mais... Na busca pelo autoconhecimento, um amigo dá à Liz um papel com "instruções para a liberdade". Ele a havia levado até um lugar bem alto, de onde era possível se ver como uma parte do infinito, do universo, e contemplar sua beleza.
Reproduzo aqui alguns trechos dessas"instruções", que pretendo repetir, como um ritual, no Corcovado. Afinal, eu também preciso me livrar de alguns fantasmas.

1. As Metáforas da vida são as instruções de Deus.
2. Você acaba de subir até o topo do telhado. Não há nada entre você e o infinito. Agora, liberte-se.
3. O dia está terminando. É hora de alguma coisa que foi bonita se transformar em outra coisa que também seja bonita. Agora, liberte-se.

(...)
10. Quando o passado finalmente tiver saído de você, liberte-se. Depois desça e comece o resto da sua vida. Com grande alegria.

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Fica a dica: é uma história de uma mulher escrita para mulheres, com todas os clichês que isso implica. Mesmo assim, vale a leitura!

Proust, reflexões e um pouco da Bahia



A verdadeira Viagem de Descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.

Marcel Proust

Minha busca pelo descobrimento sempre passa por novas viagens, novas paisagens.
Não sei se minha rotina é maluca demais, não me sobra tempo para olhar ao redor, então sair das minhas fronteiras tem também um sentido metafórico que sempre funciona muito bem para mim.
E foi assim, depois de um ano de muito desgaste, que comecei a planejar a minha viagem de fim de ano em 2010.
O planejar para mim é tão prazeiroso quanto a viagem em si. Pesquisei resorts all inclusive, porque nas férias eu busco liberdade e ausência de preocupações.
Como meu orçamento não era muito extenso, optei pelo Resort La Torre, em Porto Seguro, divisa com Santa Cruz Cabrália. Um resort simples, com estrutura simples, mas muito agradável.
A comida, o serviço, os quartos e a localização: pra mim tudo foi perfeito. Viajei com minha filha, minha irmã, meu sobrinho e três amigas, uma delas também com o filho.
Foram sete dias fantásticos, com um céu tão bonito quanto em Bonito e fronteiras que me levaram para uma região muito mais distante do que eu estava, geograficamente.
Sim, era o berço de descobrimento e para mim foi também um "redescobrimento"... Uma volta a sonhos antigos que me levarão, logo mais, a capitais como Berlim, Paris e Roma.
Não achei, ainda, meu Porto Seguro. Mas a viagem do "redescobrimento" apenas começou. Próxima parada: Berlim!